Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller’s Day Off, EUA, 1986). Direção: John Hughes. Roteiro: John Hughes e Tom Jacobson. Elenco: Matthew Broderick, Alan Ruck, Mia Sara, Jeffrey Jones, Jennifer Grey, Cindy Pickett, Lyman Ward, Edie McClurg, Charlie Sheen. Comédia. 109 min. (Cor).
Esse é simplesmente um dos melhores filmes teen de todos os tempos!!!!!
Curtindo a vida adoidado é um clássico que marcou uma geração e continuou conquistando admiradores nas décadas seguintes. E isto só foi possível devido uma série de fatores.
A obra prima de John Hughes, cineasta que melhor compreendeu o universo da adolescência na história do cinema, além do excelente diretor, tem roteiro certeiro, gags imperdíveis, ótimo elenco, representa o desejo de milhões de adolescentes e principalmente: possui, dentro de sua trama cômica, um subtexto universal resumido na frase do protagonista Ferris Bueller, interpretado por Matthew Broderick: “A vida se move muito rápido. Se você não pára e olha em volta de vez em quando, pode perdê-la”.
Inacreditavelmente escrito por Hughes em apenas seis dias, para evitar uma greve do sindicato dos roteiristas, a comédia mostra um dia na vida de Ferris. E é só “o” dia começar que logo percebemos o porque do personagem ter virado cult, célebre, ídolo da garotada que ainda brincava de He-Man ( principalmente a pessoa que aqui voz fala)
Ferris não precisa ser fortão, fodão, atleta ou garanhão para conquistar nossa simpatia. Ele é simplesmente… legal. “Cool” diriam os descolados. Dos nerds aos atletas, das patricinhas às garotas de torcida, não há quem resista ao carisma do rapaz, inclusive seu melhor amigo Cameron (Alan Ruck) e sua namorada, Sloane ( Mia Sara).
Ao acordar e perceber que o céu está lindo, Ferris decide que não pode desperdiçar um dia especial indo à escola. Finge estar doente, monta um aparato invejável (quem não sonhou usar os truques dele na época de colégio para fugir da aula?) no quarto para despistar os pais, tira Cameron de casa e Sloane da escola e sai (na Ferrari pertencente ao pai do amigo) para curtir os locais mais descolados de Chicago. Por tabela, causa a revolta do diretor (Jeffrey Jones) mala da escola e da irmã mais velha e invejosa (Jennifer Grey), que faz de tudo para entregar o caçula.
Divertido do início ao fim, “Curtindo a Vida Adoidado” já nasceu clássico. Apesar das roupas e penteados característicos da década de 80, as situações apresentadas durante a trama são atemporais.
Entre tantas cenas inesquecíveis, aquela que mostra Ferris em cima de um carro alegórico, numa parada alemã em Chicago, e que leva milhares de pessoas a cantarem junto determinada música, conseguiu o feito de fazer uma canção que foi cantada pelos Beatles ser mais lembrada pelo filme do que pelos Brit Boys. “Twist and Shout”, de Phil Medley e Bert Russell.
Mas nada sairia tão na mosca se o elenco não demonstrasse tamanha química e desenvoltura em cena.
Matthew Broderick, apesar de não ser mais um garoto na época das gravações, caiu como uma luva para o papel principal. Sua atuação lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro de Ator em Comédia/Musical. O jeitão moleque, simpático, um pouco cínico, cúmplice do espectador (já que mais de uma vez olha para a câmera e dialoga com o público) fizeram o personagem impulsionar a carreira do intérprete, que mesmo mantendo-se trabalhando e famoso ao longo dos anos, jamais repetiu o feito.
O restante do elenco não fica atrás. A Sloane de Mia Sara une classe e sexualidade. O par ideal para Ferris.
Alan Ruck, na casa dos 30 anos na época do longa, não aparenta a idade e completa de forma perfeita o trio protagonista como o sujeito inseguro que teme o pai e a qualquer momento pode se revoltar.
Jennifer Grey (que passou a namorar Broderick durante as filmagens e no ano seguinte estrelaria outro sucesso, “Dirty Dancing”, ao lado de Patrick Swayze) perfeitamente insuportável como a irmã megera; um surpreendente Jeffrey Jones na pele do diretor rabugento; o novinho Charlie Sheen (no mesmo ano fez “Platoon”) em pequena aparição; os atores Cindy Pickett e Lyman Ward , respectivamente a mãe e o pai de Ferris; até os dois “figuraças” do estacionamento onde Ferris, Sloane e Cameron deixam a Ferrari. Todos estão em sintonia com o espírito da obra.
Com trilha sonora deliciosa, “Curtindo a Vida Adoidado” garante sorrisos do início ao fim, principalmente para os jovens, que vibram a cada façanha do protagonista. Ferris, na mesma década que deu ao mundo Rambo e tantos “heróis” anabolizados, foi o verdadeiro ícone da garotada.
Agora para comemorar os 25 anos desse clássico decidiram ter a pior ideia do mundo, fazer o remake do filme mais amado e cult dos anos 80.
Os produtores de Hollywood já estão de olho nessa ideia. E após o falecimento do diretor do filme, John Hughes, “Curtindo…” ficou ainda mais cult, cobiçado e badalado para ser regravado. As filmagens estavam para acontecer entre agosto e setembro, mas não sabe o porque ainda não começaram (ainda bem).
Enquanto a maioria dos fãs torce o nariz só de pensar em um remake do clássico Curtindo a Vida Adoidado, seu protagonista tem uma opinião bem diferente.
Matthew Broderick, o eterno Ferris Bueller, concorda com a ideia de um novo filme e disse para o Cinematical.com: “Seria legal. Eu ficaria muito feliz se alguém fizesse”
No entanto, ele descarta uma possível participação. “Eu provavelmente não ia me divertir. Prefiro deixar aquilo que fizemos como uma coisa nossa”, disse, nostálgico.
E para piorar a situação já esta confirmado que o elenco conta com Robert Pattinson como o “novo” Ferris Bueller, Bow Wow interpretando Cameron Frye, amigo de infância do protagonista e Paris Hilton como a namoradinha de colegial comportada.
O roteiro segue a idéia do original, com o personagem principal inventando uma desculpa para “matar” aula e aproveitar o tempo de folga, mas leva a novos níveis de aventuras e confusões, com os personagens chegando à Europa e participando de um grande desfile em Amsterdã.
O filme será rodado em tecnologia 3D sob a direção de Robin Williams, com produção e distribuição da Paramount Pictures.
E a sua infância morre mais um pouquinho a cada dia. Pelo menos eles não irão participar desse sacrilégio
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